Todo final de ano desejamos aos amigos que tenham um Natal harmonioso e o ano que inicia com muita saúde, amor, realizações, sucesso etc. Enfim, não poderia ser diferente. Nas entrevistas dadas, desejo à comunidade, aos santa-marienses, um novo ano com menos violência - e esse é o desejo do fundo do meu coração, todos os anos.
Este ano, quero deixar uma mensagem especial às mães, aos pais, aos avós, aqueles que educam e criam seus netos/filhos: conversem mais com seus filhos, sejam pais, mas sejam amigos verdadeiros. Não esqueçam que amigos também impõem limites e os pais devem impor limites; não deleguem a função de educar à internet ou à televisão.
Não adianta desejar um mundo menos violento, se não contemos a violência que está ao nosso redor. A violência que está dentro de casa vai para as ruas, e é uma consequência natural. Quando falo em violência, refiro-me a todo tipo de violência, principalmente psicológica, aquela que deixa marcas no coração e na cabeça da vítima. Essa violência é perigosa e silenciosa. Percebo que cada dia mais os pais estão, de alguma forma, delegando suas funções a alguém, à internet, aos amigos, aos professores.
Não deixem que um tablet tome o seu lugar na atenção de seu filho tão pequeno, que está apenas iniciando os primeiros passos da vida. Não deixe que a internet roube os dias e as noites de suas crianças e adolescentes, sujeitas a todos os tipos de riscos e perigos, sem sua supervisão e acompanhamento. Não deixe-o se expor nas redes sociais, não o sexualize. Criança é criança, não é mini adulto, deixe-o brincar de criança, ensine-o a brincar como criança, a vestir-se como criança.
O tempo é curto, temos muitas obrigações, tantas mesmo, entretanto, se temos filhos, vamos ter que arrumar um tempinho, um tempo para parar, brincar, educar, não precisa ser o tempo todo, mas há de se ter tempo para aqueles que colocamos no mundo; não os joguemos à dura sorte.
Já ouvi diversas vezes, na delegacia de polícia, mães dizendo: "não posso mais com a vida dele", referindo-se a uma criança ou adolescente, mas, então, quem pode? Como se chegou a esse ponto? Não é simplesmente do nada que um adolescente ou uma criança apresentam problemas, há sempre um histórico.
Então, meu desejo para 2018 é que seja realmente um ano menos violento, mas que comecem mudanças para uma cultura não violenta, dentro de casa, que se deixe a violência do abandono moral, violência do abandono psicológico, violência do desamor, a violência da alienação parental, violência do descomprometimento, violência da irresponsabilidade em relação aos filhos. Que esse seja o caminho para um 2018, 2019, 2020... menos violentos. Feliz Ano Novo!